Boletim do Dieese revela que mulheres ganharam menos que homens em 2024 e chefiam maioria dos lares

 Boletim do Dieese revela que mulheres ganharam menos que homens em 2024 e chefiam maioria dos lares

O  Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou ontem (6) um boletim com dados sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho. Para esse documento foi usada como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PnadC-IBGE) do 3º trimestre de 2024.

O boletim revelou que as desigualdades entre mulheres e homens no mercado de trabalho permanecem inabaláveis.

De acordo com o documento, a taxa de desocupação feminina em 2024 foi de 7,7%, enquanto a masculina foi de 5,3%.Mesmo não se encaixando nesse índice, mulheres empregadas também enfrentam desigualdade, elas ganharam R$ 762 a menos que os homens, em média. Entre as pessoas com ensino superior, a diferença de remuneração entre homens e mulheres foi de R$ 2.899. Entre diretores e gerentes, a diferença de remuneração entre homens e mulheres foi de R$ 3.328, o que equivale a cerca de R$ 40 mil, em um ano.

Desigualdades e combate

Mulheres estiveram mais concentradas em profissões que exigem menos qualificação formal e que recebem menores rendimentos. Uma em cada três (37%) mulheres ocupadas ganhava um salário mínimo ou menos.

A remuneração das mulheres negras revelou uma desigualdade ainda mais expressiva em relação aos homens negros, elas ganharam 115% a menos que eles. Elas também foram quase uma das três categorias de mão de obra subutilizada, que são pessoas desocupadas, pessoas que trabalharam menos horas do que desejavam e pessoas que gostariam de trabalhar, mas, por algum motivo, estavam impossibilitadas.

Os efeitos da Lei de Igualdade Salarial entre Homens e Mulheres (Lei 14.611/2023) começaram a aparecer em 2024, com a divulgação do primeiro Relatório de Transparência Salarial, obrigatório para empresas com 100 ou mais empregados.  Essa lei possibilita verificar a desigualdade salarial, aprimorar medidas de fiscalização e o sistema de recebimento de denúncias, assim como possibilita programas de diversidade o fomento à capacitação das mulheres.

Afazeres domésticos

Apesar de terem remunerações menores, desde 2022, elas chefiam 52% dos domicílios. Nos lares monoparentais, aqueles onde apenas um adulto vive com os filhos, sem a presença de um cônjuge, a chefia feminina chegava a 92%.

Cuidas dos filhos, parentes e outros afazeres domésticos foram alguns dos motivos citados por cerca de 13 milhões de mulheres que afirmara não estar aptas a trabalhar. Esse número representou cerca de 31% das mulheres fora da força de trabalho. Apenas 3% dos homens fizeram a mesma afirmação.

Em um ano, as mulheres gastam 499 horas (ou, 21 dias) a mais do que os homens em afazeres domésticos.

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