Paralisação de profissionais da limpeza por falta de pagamento gera riscos na UPA Chácara do Governador

 Paralisação de profissionais da limpeza por falta de pagamento gera riscos na UPA Chácara do Governador

UPA Chácara do Governador

A UPA Chácara do Governador, em Goiânia, está enfrentando uma grave crise de higiene e segurança, com a paralisação dos profissionais de limpeza devido à falta de pagamento de salários e vale alimentação. O atraso nos repasses, que se estende por mais de dois meses, aliado às condições precárias de trabalho, tem colocado em risco a saúde de pacientes, funcionários e da comunidade em geral.

A limpeza da unidade, que até então era realizada com frequência, está ocorrendo apenas uma vez por dia, o que tem gerado um cenário alarmante. Fotos feitas por trabalhadores e compartilhadas com o Sindsaúde mostram o acúmulo de lixo, superfícies contaminadas por resíduos biológicos, incluindo sangue, e ambientes insalubres. Este descaso, que viola os direitos dos profissionais de limpeza, é também uma ameaça direta à saúde da população, que depende dos serviços de urgência da UPA.

A falta de uma limpeza adequada em hospitais e UPAs não é apenas uma questão de aparência, mas um sério risco para a saúde pública. O acúmulo de resíduos, como sangue, secreções corporais e outros materiais contaminantes, favorece a propagação de doenças e o aumento das infecções hospitalares. “Pacientes, especialmente os mais vulneráveis, como idosos e imunocomprometidos, ficam expostos a patógenos que podem agravar seu quadro clínico”, explica a diretora do Sindsaúde, Marlene Soares.

Profissionais da saúde também estão sujeitos a infecções e outros riscos, já que a higiene inadequada eleva a possibilidade de contaminação. Além disso, a falta de limpeza impacta diretamente o bem-estar psicológico de pacientes e trabalhadores. Um ambiente mal higienizado causa desconforto e ansiedade entre os pacientes e seus familiares, que já estão em situação de vulnerabilidade. Para os profissionais da saúde, trabalhar nessas condições gera desmotivação, estresse e até exaustão. A sobrecarga de trabalho, com médicos e enfermeiros assumindo tarefas de limpeza, compromete a qualidade do atendimento e coloca ainda mais pressão sobre a equipe.

A falta de limpeza também afeta diretamente a capacidade da unidade em realizar atendimentos essenciais. A diretora do Sindsaúde, Marlene Soares, destaca: “A falta de limpeza nas salas de sutura compromete diretamente a capacidade de atendimento da UPA, pois essas salas se tornam inaptas para o uso, paralisando a realização de procedimentos e prejudicando o cuidado de outros pacientes.” Esse cenário reflete não só a dificuldade nos processos operacionais, mas também o risco à saúde daqueles que necessitam de atendimento imediato.

Os profissionais de limpeza, muitas vezes invisíveis, são essenciais para garantir um ambiente seguro e higiênico em unidades de saúde. Quando esses profissionais não recebem o devido reconhecimento, como salários em dia e benefícios garantidos, o sistema de saúde como um todo é afetado.

A paralisação dos trabalhadores da limpeza da UPA Chácara do Governador é um reflexo da desvalorização generalizada desses servidores, que tem afetado diversas unidades de saúde. A falta de ação do poder público em relação à garantia dos direitos trabalhistas compromete a eficácia do atendimento e coloca em risco a vida de milhares de pessoas.

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