Ato no HMI: homenagem aos servidor@s vítimas da covid-19 e pela vida

Publicado em 29 de maio de 2020, às 15: 42 horas
O Ato aconteceu na noite desta quinta-feira, 28, no HMI, respeitando todas as recomendações de distanciamento e de proteção. O momento contou com a presença de profissionais da saúde e de lideranças sindicais. A cerimônia simbólica emocionou os trabalhador@s no HMI que puderam, mesmo de dentro da unidade, assistir a significativa homenagem. Nesta semana mais um profissional da saúde veio à óbito vítima da covid-19. O médico, cirurgião geral, ginecologista e obstetra, que atuava como plantonista no hospital, engrossando uma estatística triste e preocupante para o Sindsaúde-GO.
“Neste momento de pandemia, todos os direitos dos profissionais da saúde estão diariamente sendo desrespeitados. Aqui em Goiás estamos a 10 anos sem reajuste salarial, sem data base, reduziram a nossa isalubridade, a produtividade e a titulação. Estamos amargando ao longo dos últimos anos prejuízos que causam danos a nossa sobrevivência e a sobrevivência de nossas famílias, mas nem por isso deixamos atender dignamente, todos os dias, os (as) usuários (as) do Sistema Único de Saúde, SUS,” afirmou Ricardo Manzi, Presidente do Sindsaúde-GO.
A Carta Aberta aos Trabalhador@s da Saúde e à População Goiana, foi lida na abertura do Ato, com as considerações sobre a situação da população e dos profissionais da saúde na pandemia. Com os números de vítimas do coronavírus, com a necessidade de valorização dos profissionais da saúde e de investimentos no Sistema Único de Saúde, SUS. (Leia abaixo, na íntegra).
Em seguida, todos ouviram a canção Blowin’In The Wind, Bob Dylan, e a Vice-Presinte do Sindsáude-GO, Luzinéia Vieira dos Santos, falou da importância dos profissionais da saúde nesta pandemia, “… quantas vidas serão necessárias para que a gente consiga se importar com todas as outras,” pontuou a líder sindical, que leu um a um, os nomes dos trabalhador@s da saúde que vieram a óbito na pandemia em Goiânia.
Ao som da Ave Maria, os trabalhador@s da saúde acenderam velas na entrada do hospital formando uma cruz in memorian das milhares de vítimas fatais no mundo.
No encerramento o Presidente do Sindsaúde, Ricardo Manzi, em nome de todos, agradeceu a presença das lideranças dos sindicatos e conselhos de saúde no Estado de Goiás, ressaltou o objetivo do Ato em defesa da vida, a importância do SUS na sociedade brasileira e goiana, as perdas salariais, a falta dos equipamentos de proteção individuais e coletivos e ressaltou que mesmo diante das dificuldades ao longo de todos esses anos, o Sindsaúde sempre esteve à disposição na defesa da vida, do SUS e na luta incansável pelos profissionais de saúde. Segundo ele, é importante que o Governo assuma a sua responsabilidade e dê a dignidade que os profissionais de saúde merecem. Saúde é direito de todos e dever do Estado, afirmou Ricardo Manzi, citando a Constituição brasileira.
Veja o Ato na íntegra, acesse:
https://www.facebook.com/SindsaudeGO/videos/732005084201125/
Carta Aberta dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Saúde à População Goiana sobre o enfrentamento à Covid-19
Vivenciamos a maior tragédia sanitária da história contemporânea da humanidade ocasionada pela pandemia da COVID-19, com milhares de vítimas fatais e significativos óbitos entre os trabalhadores e trabalhadoras da saúde.
No mundo são 5.931 milhões de pessoas com a Covid-19 e mais de 357.929 mil mortes. Os números atuais colocam, até o momento, o Brasil em 2º lugar no ranking com 419.340 mil casos confirmados e 25.945 mortes notificadas, ficando atrás somente dos Estados Unidos.
No Estado de Goiás, temos acompanhado um aumento súbito de casos positivos pelo coronavírus, com 3.097 casos confirmados, 115 óbitos e 20.630 casos suspeitos, segundo os dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás. Importante ressalvar que estudos mostram que estes números no Brasil e em Goiás tendem a ser bem maiores em relação ao que é divulgado oficialmente, dada a pouca testagem realizada no país e a subnotificação.
É provável que o aumento preocupante no Estado de Goiás deve-se a flexibilização do distanciamento social nos últimos dias. O distanciamento é, até agora, considerado a medida sanitária mais eficaz para minimizar a transmissão e já foi adotada por diversos países, além de ser preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Conselho Nacional de Saúde (CNS) e outros órgãos sanitários.
A pandemia da COVID– 19 mostrou ao mundo, especialmente à população brasileira, a extrema desigualdade social que infelizmente vem se intensificando nos últimos anos no Brasil. Apesar do vírus atingir todas as pessoas, independente da classe social, é na população mais pobre, vulnerável física e socialmente, que a maioria dos casos de adoecimento pela COVID -19 tem se manifestado.
O nosso Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido a salvaguarda da população brasileira desde a sua criação em 1988, e conseguido – até o momento – garantir um tratamento sério, competente e humanitário aos usuários do sistema, mas já começa a dar sinais de colapso, como observado em algumas capitais brasileiras.
Diante deste cenário extremamente preocupante, não há dúvidas de que o principal mecanismo de prevenção ao coronavírus, cuja transmissibilidade é alta e que, em torno de 20% dos casos demandam por leitos hospitalares e UTI’s, continuam sendo o isolamento social aliando à medidas básicas de higiene e políticas públicas de proteção, já que ainda não há medicamentos e vacinas capazes de curar a doença.
Nesse contexto, é cristalina a necessidade efetiva de maior intervenção do Estado, no âmbito do SUS, na ampliação da capacidade e da infraestrutura dos serviços de saúde, na garantia das condições ideais de trabalho e na valorização dos profissionais de saúde, em investimentos em ciência, tecnologia, e na produção de insumos e materiais para a assistência, de modo a assegurar qualidade e segurança à população.
Por fim é notório que, além dos investimentos na saúde para salvar vidas, os governos (federal, estaduais e municipais), devem adotar medidas de proteção aos salários, empregos e renda aos trabalhadores e trabalhadoras, bem como às pequenas e médias empresas, durante este momento de calamidade pública sanitária. Elas são primordiais para assegurar o sustento das famílias e da parcela de trabalhadores em situação de vulnerabilidade, ao mesmo tempo em que permitirão a manutenção do isolamento social pelo tempo necessário.
Sindsaúde.
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