O Sindsaúde, o DIEESE e as Centrais Sindicais. O mercado e as relações de trabalho na Pandemia Covid-19

 O Sindsaúde, o DIEESE e as Centrais Sindicais. O mercado e as relações de trabalho na Pandemia Covid-19

Publicado em 27 de julho de 2020, às 17h55

Todas as segunda-feiras o Sindsaúde e as Centrais Sindicais do Estados de Goiás se reúnem de forma virtual com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE – Regional Goiás. As pautas são deliberadas no final de cada reunião e apresentam dados estatísticos de cunho sócio e econômico e são precedidas pela apresentação da Supervisora Técnica, a economista Leila Brito.

Na reunião desta segunda-feira (27), os dados e o debate foram sobre o “Mercado de Trabalho na Pandemia da Covid-19”, os números são coletados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PNAD Covid-19 teve início em 4 de maio de 2020, com entrevistas realizadas por telefone em, aproximadamente 48 mil domicílios por semana, totalizando cerca de 193 mil domicílios por mês, em todo Brasil. O objetivo do PNAD é estimar o número de pessoas com sintomas referidos associados à síndrome gripal e monitorar os impactos da pandemia da Covid-19 no mercado de trabalho brasileiro.

Os dados apresentados pela economistas foram baseado no PNAD Covid-19 e no Boletim mensal do DIEESE sobre economia e trabalho do mês de junho/2020. Os temas relacionados as novas ocupações e os forte impacto do coronavírus no mercado de trabalho, fez-se um vislumbre sobre os atuais e os próximos cenários para as formas de trabalho, durante e pós pandemia da Covid-19.

As Centrais Sindicais por unanimidade se preocupam e se mostram vigilantes com a situação da economia brasileira, dos trabalhador@s e com as mortes pelo novo vírus que poderiam ser evitadas, em minimizar os aspectos terríveis para os trabalhador@s, os transtornos psicomentais, a pressão nos setores públicos e privados, se houvesse por parte Governo Federal projetos de controle social e de recuperação da economia. O Ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, tem dado sinais reais de que com as Reformas Administrativa (propõe a privatização do setor público e o tele trabalho) e Tributária virão com mais desemprego e desmonte das instituições públicas de amparo social. Como o Projeto de Lei Complementar 173/2020, que estabelece o Programa Federativo de Enfretamento ao Coronavírus e dá outras providências. Dentre as outras estão os 1,2 trilhões para os bancos privados e congela qualquer tipo de progressão nos salários dos servidor@s públicos até dezembro de 2021, para que pudesse encaminhar os 60 milhões para Estados e municípios socorrerem as vítimas da Covid-19. Recursos esses que nunca chegaram, ou se chegaram foram de forma incompleta. Estamos presenciando o maior caos sanitário da história brasileira.

O Presidente do Sindsaúde-GO, Ricardo Manzi, bem como os demais líderes sindicais parabenizaram a economista Leila Brito, pela iniciativa e disposição em trazer os números do mercado de trabalho na pandemia da Covid-19. Manzi é farmacêutico e disse com bastante preocupação, que enquanto não houver a vacina para a população, como garantir a retomada das atividades econômicas. Ele completa: “Os dados informados pelo DIEESE são de extrema importância, para que possamos disputar essa narrativa da taxa de desemprego, com mais de 50% da população e o recém agravo da Lei 173/20, uma chantagem institucional e fiscal, com congelamento até 2021 de qualquer progressão para os trabalhador@s da saúde diante de uma pandemia que faz vítimas e mais vítimas todos os dias no Brasil e em Goiás. Um discurso bastante utilizado pelas prefeituras nos municípios (Lei 173/20) com a suspensão a contribuição patronal, quebra dos institutos de previdência e saúde numa pandemia que está longe de acabar.”

Segundo o DIEESE a Reforma Trabalhista criou novos tipos de ocupação precarizados (sem direitos trabalhistas), como os entregadores de aplicativos e os trabalhador@s de home office (remotos). Na pandemia, as maiores perdas de rendimentos são para os  trabalhador@s dos serviços de cabeleireiros, barbearias e ambulantes. Já os trabalhador@s remotos, somam 8.600 milhões de brasileiros e a maioria deles nível superior completo e especialização mas sofrem o chamado sofrimento psíquico, sofrem o aumento do tempo de trabalho e tem dificuldades para conciliar o trabalho doméstico com trabalho remoto e seus rendimentos são irregulares ou variam na dependência de ter ou não trabalho. Outra observância do Departamento é que os trabalhador@s dos aplicativos Happy e Ifood são na maioria homens e negros.

Outros dados sobre o mercado de trabalho e o desemprego são estarrecedores. Em junho 14.800 milhões de pessoas não tinham nenhum rendimento, afastadas do trabalho (grande parte desses desocupados) empregados domésticos, trabalhadores da iniciativa privadas e por conta própria, todos precarizados e vulneráveis. São 17.800 milhões de pessoas que não procuraram trabalho por causa do isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19. A grande maioria são brasileiros com ensino médio completo sem curso superior, negros e pardos, aprofundando a desigualdade social.

Médicos e profissionais da saúde com nível superior são os profissionais que apresentam  melhor remuneração, mas ainda assim, tiveram uma redução de 20% em seus rendimentos. Os profissionais da área da saúde, que estão no front do combate ao coronavírus, em sua grande maioria são mulheres. Aqui a economista faz em sua apresentação uma pausa oportuna e diz serem os negros, os pardos e as mulheres os mais afetados com a pandemia da Covid-19.  E que por uma infinidade de razões, a taxa de desemprego ou desocupação de pessoas acima dos 14 anos vem crescendo (maio a taxa de 10,7%, em junho 12,4%).  

Importante lembrar que esse quadro medonho de precarização do trabalho e desemprego vieram dentro de uma falácia publicitária do Governo Federal, que com a Reforma Trabalhista, o Brasil seria o “país empreendedor”, que hoje é visto como empreendedorismo precarizado. Como um entregador de alimentos ou de qualquer outra mercadoria é um empresário? Embaixo de Sol e chuva esses novos trabalhador@s, nos tempos da extrema direita, não contam com nenhuma proteção trabalhista ou social, são empreendedores do sofrimento, do trabalho quase que análogo e do empobrecimento geral de suas famílias. Em tempos de Pátria Amarga Brasil, esse é o modelo de empreender proposto e votado por quem exerce o poder em todos os âmbitos.

A flexibilização do isolamento social eleva ainda que de forma muito sutil os números de pessoas que começam a ter algum tipo de rendimento ainda que não seja efetivo. Sendo que 44% do domicílios brasileiros receberam o auxílio emergencial do Governo Federal.

É imprescindível esclarecer que se não fossem os candidatos da Oposição na Câmara Federal, em Brasília, o auxílio seria de R$ 200,00, proposta do Ministro, Paulo Guedes e do Presidente da República.

A Reforma Trabalhista e da Previdência já deixam para os trabalhador@s o legado do desamparo trabalhista, do desemprego, da perda dos rendimentos e da miséria eminente da população, que não sabe quando a Covid-19 vai acabar. 

Sindsaúde-GO

Sempre Juntos: A Saúde Luta e Resiste 

Fonte:

https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2020/06/12/interna_politica,1156084/deputado-mineiro-desmente-bolsonaro-sobre-auxilio-emergencial-r-200.shtml

 

 

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