Profissionais de saúde cobram posicionamento do Legislativo contra a flexibilização do isolamento social
*Publicada em 05.06.2020 às 19h07
Nesta sexta-feira (5), em frente à Câmara Municipal, trabalhadores da saúde usaram lenços brancos, faixa e tinta vermelha para protestar contra a flexibilização do isolamento social em Goiânia. O aumento de mortes e contaminados pela novo coronavírus em Goiânia vem preocupando os representantes dos profissionais de saúde.
Durante o ato, o Sindsaúde, as demais entidades que formam o Comitê Goiano em Defesa dos Trabalhadores da Saúde e de Enfrentamento à Pandemia da COVID – 19 e a Mesa Diretora do Conselho Municipal de Saúde de Goiânia cobraram o posicionamento dos vereadores contra a flexibilização na capital.
“Isolamento salva vidas”
A faixa estendida na entrada da Câmara Municipal estampava a mensagem: prefeito, não manche suas mãos com o sangue dos trabalhadores da saúde. Isolamento social salva vidas! Enquanto isso, os profissionais utilizavam uma máscara branca com o símbolo de uma mão pintada com tinta vermelha. O ato lembrou ainda a morte de colegas pela Covid-19.
Para os profissionais, a categoria tem sido silenciada ao não ter seus representantes no Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para o novo Coronavírus (COE-Ncov) do município de Goiânia e do Estado.
“Não podemos ceder à pressão daqueles que só visam o lucro. Nós precisamos compreender que as pessoas que trabalham nas unidades de saúde merecem o respeito dos governantes. Se abrirem o comercio da cidade de Goiânia sem respeitar os indicadores epidemiológicos, nós estaremos colocando em risco a vida das pessoas”, alertou a vice-presidente do Sindsaúde, Luzinéia Vieira.
Óbitos
Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) apontam que a capital possuía até ontem (4), 2.410 casos confirmados e 75 óbitos. Cerca de ¼ dos casos positivos são de profissionais de saúde que somam 546. Já o Estado de Goiás registra 4.570 confirmados com 155 óbitos.
O presidente do Sindsaúde-GO, Ricardo Manzi, destacou que todas as vidas merecem respeito e que é o preciso maior engajamento da sociedade para aumentar o isolamento social. “A luta é de todos! Não podemos permitir que as pressões mercantilistas, de carácter econômico sobreponham aos interesses da vida, da saúde pública”.
Ricardo ressaltou que entende a dificuldade financeira dos empresários, mas salientou que a saída é cobrar do Governo Federal medidas eficazes que possibilitem a saída o quanto antes da situação de pandemia. Apesar da tentativa, não possível dialogar com os vereadores já que não havia sessão.
Prefeitura
Pressionada pelo setor empresarial, a Prefeitura estava decidida a permitir a reabertura do comércio nos próximos dias. Mas, durante coletiva também nesta sexta-feira, a secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, informou que não há mais data para a flexibilização do isolamento. De acordo a SMS, a reabertura do comércio na capital só será permitida quando os indicadores epidemiológicos forem favoráveis.